terça-feira, 28 de agosto de 2012

Ficando conhecida

Quero compartilhar boas notícias com vocês. Pelo menos eu acho boas.

Semana passada estivemos em um programa local de televisão para falar um pouco sobre a Operação Gato de Rua. Levei a gatoeira e pude explicar um pouco como funciona o processo. Foi uma oportunidade que o pessoal da APRABLU (Associação Protetora dos Animais de Blumenau) conseguiu para nós e tenho muito a agradecer-lhes por isso. Divulguei meu telefone particular na rede aberta e, como esperado, pessoas ligaram. Claro que não ligou ninguém oferecendo ajuda financeira para meu projeto, mas me ligaram algumas pessoas me trazendo problemas como: cachorros abandonados na casa dela e uma, me pedindo para castrar os gatos dela - particulares - porque um dia eles também foram de rua. Outra ainda mandou uma mensagem não assinada: "preciso falar com você URGENTE! - me liga ". Tá bom, é só dizer não - foi o que fiz - e seguir em frente.

Mas ontem me ligou uma pessoa da vigilância sanitária, pedindo a gatoeira emprestada para capturar 15 gatos ( parece que é o número padrão das colônias de Blumenau ) em um bairro, atrás de uma escola. Como não posso emprestar porque eu a uso umas três vezes por semana e cada vez ela fica um dia e meio no veterinário, sugeri que adquirissem uma e indiquei a loja onde podem comprar. Dei a dica de forrar com papelão para não machucar os animais e quase fiz o homem jurar de joelhos que vai CASTRAR os gatos antes de enviar para a fazenda onde estão acomodando os bichanos. Segundo ele, isso não seria um problema pois um dos ex-diretores é veterinário e faria isso por eles. Enviei por e-mail o endereço do blog e o post sobre a marcação das orelhas, extremamente importante. Ofereci minha ajuda para montar a armadilha, se fosse o caso e garanti que ela funciona mesmo. Fiquei feliz, pois eles mesmos vão fazer isso e o trabalho vai se propagando.

Aí abri o meu e-mail da Operação: gatoderuablumenau@gmail.com e vi uma mensagem de uma veterinária de uma cidade vizinha que acompanha o trabalho dos Felinos Urbanos e fiquei muito feliz por isso. Pois ela também já faz isso, devagar, em alguns animais. E fiquei feliz de novo. 

Logo que comecei, uma amiga de Facebook e leitora do meu livro me contou que tem uma colônia na rua da mãe dela, em outra cidade. Ela, mais do que rapidamente, comprou uma gatoeira, forrou e já está lá, castrando os animais da rua. Sem alarde. E isso também me deixa feliz.

Mandei fazer panfletos para apresentar o trabalho às pessoas e vou distribuir quando ficar pronto. 

Domingo, dia 02.09, vamos desfilar no aniversário da cidade, com a camiseta da Operação - o Fábio e eu.

Por que são boas notícias? 

Porque quero muito que a ideia se propague, Quero ajudar e vou fazê-lo enquanto for possível, mas sei que provavelmente não vou resolver o problema de todos os gatos de Blumenau.

Fazer C.E.D. é muito fácil, só requer um pouco de boa vontade, uma gatoeira e um tempo para todo o processo. E cada animal castrado faz uma diferença enorme na questão da saúde pública e bem estar do próprio animal. Claro que precisa ter dinheiro para isso também. Se cada pessoa castrasse um animal de rua - cão ou gato - por mês ( e tem de monte, para todos que quiserem ), não seria pesado financeiramente para ninguém e seria, simplesmente, gigantesco para a sociedade. Infelizmente moramos num país (ou pelo menos numa cidade) onde o poder público não acha importante cuidar dos animais abandonados. E a grande maioria das pessoas acha que isso não é um problema delas. Ainda ajudam a piorar o quadro deixando gatos vagarem livremente pelas ruas, sem telar suas janelas. E aqueles que querem fazer alguma coisa diferente pela cidade, pelos animais, precisa se transformar em vários para fazer, pelo menos um pouco. Que é melhor do que nada.

Mas vale a pena. Como já comentei, estou viciada no C.E.D e fico muito feliz quando devolvo um animal castradinho para a colônia dele. 

Espero conseguir ainda muitas capturas e castrações, pois estou apenas começando. 

Muito obrigada por me acompanharem e divulgarem meu trabalho.

Para quem quiser ver o quadro do programa do qual participamos, o link está abaixo.


Grande abraço, fiquem com Deus.

Maria Cecília

Primeira prestação de contas


Bom, pessoal.

Apesar de ainda esta pagando as castrações da Operação Gato de Rua com dinheiro próprio, achei importante colocar aqui minha prestação de contas. Já paguei doze das treze castrações que fiz e quero postar aqui os recibos. Minha veterinária pediu para não divulgar o nome da clínica, pois não quer ter multidões de pessoas batendo à porta e pedindo precinho especial. Eles precisam sobreviver. Mas tenho os recibos originais, com a logo dela, caso alguém queira ver em particular. 

Léa/Lia/Gato 1 - pagos com a rifa da escola e Gato 2 (livro)



Gato 3/ Gato 4 / Gato 5 / Gato 6


Gato 7/ Gato 8 / Gato 9 / Gato 10


Já castrei o gato #11, #12 e #13, mas costumo pagar a cada quatro, então ainda tem mais um antes do próximo recibo. Tinha uma captura marcada para hoje, mas precisei cancelar pois o anestesista não está mais disponível. A próxima ficou para quinta, depois domingo (2 gatos) e terça mais um.


Além das castrações, compro ração para alguns gatos de rua que alimento, para a Léa, uma resgatadinha arisca que ainda está por aqui e para uma senhora que alimenta os gatos da colônia que estou castrando agora. 

Se alguém tiver alguma dúvida, é só entrar em contato. Muito obrigada a todos pela atenção.

Grande abraço.

Maria Cecília


domingo, 19 de agosto de 2012

A importância da castração precoce

Hoje quero escrever um pouco sobre o por quê de se castrar os animais - filhotes ou adultos; para adoção ou não. Algumas partes do texto retirei dos Felinos Urbanos (onde estão as aspas), o restante foi baseado no texto da Otávia, mas fiz minhas adaptações.

Um grande abraço a todos, obrigada por lerem e compartilharem o blog. 

Maria Cecília Quideroli


Por que podemos e devemos castrar filhotes, principalmente aqueles que irão seguir para adoção?
Porque eles serão os números do abandono de amanhã. 

A partir dos 4 meses de idade uma fêmea já pode entrar no cio precocemente. Durante o cio elas gritam sem parar, não dormem e não comem adequadamente. E também não deixam dormir quem mora por perto. 

A gestação felina dura 60 dias e resulta numa média de seis filhotes. 30 dias após o parto, a mamãe já entra no cio novamente e o ciclo recomeça. Até seu primeiro ano de idade, ela poderá ter até 30 filhotes. Todo mundo já sabe - ou deveria saber - que não há lar disponível para todos e, sem a castração, esse número será multiplicado muito rapidamente. Imagine que num parto uma mamãe gatinha tenha seis filhotes, dos quais quatro sejam filhinhas gatinhas: em um ano, as filhinhas seguem o caminho da mamãe e os 30 filhotes possíveis se transformam, rapidamente, em 120 fofuras abandonadinhas, passando fome, frio, sofrendo maus-tratos e correndo riscos pelas ruas. Isso sem contar os filhotes que os filhinhos gatinhos farão em outras gatinhas que aparecerão em suas vidas. 

Além disso, gatas não castradas podem contrair doenças incuráveis e sérias, como Peritonite Infecciosa Felina, AIDS felina e Leucemia felina, que também são transmitidas a seus filhotes. De acordo com a Sociedade Americana de Veterinária, 80% das fêmeas não castradas irão apresentar um episódio de tumores de mama, útero ou ovários e piometra (infecção no útero) até o final de suas vidas. 

Se essa gata não castrada viver na rua e apresentar uma das enfermidades, imagine o sofrimento, as dores que vai passar, pois não terá quem a socorra. Além disso, os filhotes da gata de rua, que são filhotes de rua, terão as chances de vida longa drasticamente reduzidas por estarem ali sem um lar para chamar de seu. Tentar capturar para doação não é a solução, pois tanto os adultos quanto os filhotes que vivem em colônias, não gostam de humanos e fugirão da casa na primeira oportunidade. Ou viverão estressados e entocados num local que não reconhecem como lar. Claro que há filhotes mansos e esses podem, eventualmente ser capturados para doação. Porém, doar um filhote não-castrado é fazer uma roleta russa com a vida daquele animal. 

Pouquíssimos são os donos que se preocupam em fazer a castração na idade certa. A maioria acaba deixando por isso mesmo e o animal segue sem a esterilização. E isso é claramente provado pelo número de animais doados e que tiveram filhotes ou fugiram sob responsabilidade do adotante, antes da "idade ideal" para serem esterilizados. Mesmo os protetores responsáveis podem se ver vítimas de um cio precoce e ao invés de castrar uma gatinha de 5 meses de idade, irão se preparar para receber a ninhada dela. E começa tudo de novo, num ciclo sem fim.

Infelizmente o doador/protetor não tem como obrigar o adotante a realizar a castração do animal adotado, caso ele se recuse a fazê-lo. Protetores que ouçam que o adotante quer "tirar uma cria" do animal, não devem efetuar a doação, e, se possível, esclarecer ao adotante os reais motivos para se preocupar com isso. A situação piora quando é um animal "de raça" que certamente será utilizado na criação de fundo de quintal. 

"De acordo com a SPCA Americana, 60-80% dos adotantes NÃO CUMPRE o combinado de esterilizar o animal doado. Nas SPCAs e Humane Societies de todo o mundo, TODO e QUALQUER animal é castrado antes da doação, justamente querendo evitar que todo o processo de resgate e cuidados seja em vão, quando este cão ou gato irá perpetuar o abandono.

Um dos principais argumentos para não-castração de filhotes são problemas urinários relacionados à castração precoce, mas vários veterinários já lançaram artigos sobre o não-relacionamento destas doenças ( incontinencia, cálculos na uretra, etc ) somente à castração. Um gato alimentado com ração de má qualidade, não-castrado, também pode ser vítima da sindrome urológica felina, assim como gatos com mais de 7 anos de idade alimentados exclusivamente com ração seca."

Por isso existe a castração pediátrica. Trata-se de uma técnica utilizada há mais de 25 anos por veterinários de países desenvolvidos. Cães e gatos podem e DEVEM ser castrados aos 2 meses de idade. Inclusive, filhotes se recuperam melhor e mais rapidamente dos efeitos da cirurgia.

A castração pediátrica é uma importante ferramente contra o abandono. Filhotes doados já castrados não se perpetuarão e não causarão mais abandonos nas ruas.

Castração dos animais - inclusive os de estimação que têm tutores - é um ato de responsabilidade e amor. A castração pediátrica é a maneira mais segura contra o abandono.

"Abaixo, as palavras da Dra. Patrícia Arrais Rodrigues da Silva (http://www.gatoverde.com.br/02_00.asp?menu_cod=18&menu_cod_pai=0 ) sobre a castração precoce:"

"Relativamente muito pouco se sabe com relação aos efeitos dos hormônios sexuais sobre o sistema urinário em cães e gatos.

Porém, sabe-se que os problemas antigamente atribuídos à castração, como aumento da predisposição à obstrução uretral em gatos, ou a incontinência urinária em cadelas, ainda merecem maiores esclarecimentos.

A incidência de obstrução uretral em gatos é a mesma em gatos castrados ou não, embora os mecanismos dessa patologia ainda não tenham sido esclarecidos.

Com relação à incontinência urinária em cadelas, ela pode ocorrer de semanas a anos após a cirurgia de castração, assim como em cadelas inteiras. Vários problemas anatômicos e fisiológicos estão associados ao problema, e não se tem ainda uma causa definida. Se há influência hormonal, não há evidências que sugiram que a castração precoce irá potencializar o problema. "

Se observamos o trabalho de grandes ONGs brasileiras que se ocupam dos felinos, todas elas somente efetuam doação de animais castrados ( Adote um Gatinho, ResGatinhos, entre outras ). Se a castração pediátrica fosse maléfica para os animais, essas pessoas não financiariam a técnica, concorda? Em se tratando de pessoas idôneas que se dedicam aos animais, podemos tomá-las como exemplo de responsabilidade para com os mesmos e a sociedade em geral. 

"Canis e gatis responsáveis também somente viabilizam seus filhotes castrados, para proteger a procedencia da linhagem e evitar que caiam nas mãos de aproveitadores. Estamos falando aqui de animais em faixa dos 2 a 5 mil reais. Por que colocar em risco animais tão valiosos?"

"Abaixo, palavras do Dr.Dr. Edgard Morales Brito, falando da castração precoce e seus benefícios para uma raça e para animais de companhia em geral":

-Em 70% dos casos em que um cão de raça pura do sexo fêminino é vendida para uma pessoa que tenha outras raças para convívio, ocorrem acasalamentos indesejáveis, gerando assim mestiços.
- Evitar que proprietários inexperientes ou sem orientação técnica, façam acasalamentos ao acaso, sem considerar o que é melhor para o desenvolvimento da raça, gerando filhotes no mercado, que fatalmente são comercializados por preços abaixo do justo para a raça, alterando assim o mercado para esta determinada raça, desvalorizando o produto.

- Antes do primeiro cio, onde ainda não há a maturação dos orgãos sexuais femininos, a disfunção hormonal pós castração é praticamente inexistente, evitando assim os efeitos colaterais da castração como obesidade, letargia, etc.
- Evita a Piometra que é uma patologia ligada à uma disfunção hormonal, podendo ocorrer antes mesmo do primeiro cio.
- Evita a Pseudo-ciese (gestação psicológica), que com o passar dos anos acaba sendo um grande indutor de tumor de mamas
- Evita o desconforto na casa dos proprietários que tem machos e fêmeas no mesmo ambiente, que na época de cio ocorre inapetência, choro e mudança comportamental nos animais, incluindo agressividade entre eles.
- Aumenta a longevidade (os cães vivem mais tempo) no caso dos animais castrados."

Um(a) gato(a) castrado(a) e sem acesso às ruas pode viver até os 20 anos com qualidade de vida. Se você tem um animal não castrado em casa, está na hora de marcar a castração com seu veterinário de confiança. Faça sua parte, pois o abandono de animais é problema de todos nós. Não é necessário muito para se capturar, esterilizar e devolver um animal ao seu local de rua. 

Tenho certeza de que você não quer ser responsável por uma cena semelhante a esta. Castre seu animal de estimação. Capture, castre e devolva ao local, um animal de rua.

"Para finalizar, deixo as palavras do Dr. Dick Rosebrock, que faz parte do PROGRAMA DE ESTERILIZAÇÃO PRECOCE dos E.U.A, que desde 1984 realiza castração precoce de animais em abrigos e de particulares.

"As pesquisas disponíveis sobre os efeitos físicos e comportamentais de curto e de longo prazo da castração pré-pubescente em cães e gatos demonstram a ausência de qualquer resultado adverso. Com base nestas informações, a American Humane Association (Associação Humanitária Americana) apóia esta prática como uma solução viável para a diminuição da superpopulação de animais de estimação e da tragédia decorrente da morte de muitos deles. A prática da esterilização precoce também é endossada pela American Veterinary Medical Association (Associação Veterinária Americana), pela American Animal Hospital Association (Associação de Clínicas Veterinárias Americana) e pela California Veterinary Medical Association (Associação Veterinária da Califórnia).

Pessoalmente, eu endosso este programa entusiasticamente. Tenho participado ativamente do Programa de Castração Precoce e o realizei em aproximadamente mil animais. Não constatamos nenhum resultado negativo. Muito pelo contrário: os seus donos geralmente consideram estes animais como os melhores que já tiveram!"

sábado, 11 de agosto de 2012

Meu patrocinador

Uns anos atrás, durante uma fase em que li bastante, resolvi  também escrever um livro. Após um tempo em que fiquei pensando sobre o que escreveria, decidi contar a história do meu gato Romeu, figura, que, tenho certeza, faz tudo de caso pensado. Enquanto escrevia, achei que deveria e poderia aproveitar para informar pessoas sobre cuidados animais, leis, etc. E quando ficou pronto, resolvi que ajudaria animais abandonados com parte da renda obtida com a venda. Nada mais justo que reverter à causa animal um material sobre um animal. 

Depois de lançado, fiz várias parcerias com ONGs de todo o Brasil e, assim, pude vender toda a primeira edição. Porém, percebi que não dá pra ajudar a todos os animais abandonados, há muitos por aí e o dinheiro que eu destinava, 20% do total, era pouco. Foi assim que resolvi focar nos gatos de rua.

Com a venda da primeira edição paguei a segunda e estou ainda castrando os gatos que comecei. Já está acabando o que tem na poupança, mas ainda dá para fazer mais uns poucos. Depois vou ver o que fazer, muitas pessoas se ofereceram para me ajudar, me deram ideias que serão colocadas em prática quando chegar a hora. Em breve vou começar a prestar contas, ainda estou batendo as fotos, organizando os recibos, mas logo vem.

Estou feliz em poder fazer uma coisa legal, com a qual me identifico com meu livro, que foi um sonho realizado. Ainda quero conseguir uma junção das duas coisas de maneira mais efetiva, como chegar às escolas e fazer a divulgação do livro em salas de aula, divulgar também o Operação Gato de Rua e incentivar a escrita e leitura em jovens e adolescentes.  E, claro, vender o livro para castrar os gatos. 

Cá entre nós, meu gato Romeu é uma graça, irresistível e todo mundo (ou quase) que lê o livro, gosta dele. Algumas pessoas de Blumenau quiseram vir aqui conhecê-lo pessoalmente, porque o cara é realmente uma delícia. Com isso, o livro ficou leve, engraçado e informativo. Mesmo sendo eu que o diga.

meu astro maloqueiro

amigos leitores


Tenho já parcerias em Campinas, São Luiz do Maranhão, Blumenau, Indaial, Balneário Camboriú, Florianópolis, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e estou conversando com Joinville. Obrigada aos parceiros e leitores. Adoro quando alguém de longe faz uma encomenda. Por aqui, visitamos escolas e ONGs, às vezes ele vai junto e é a alegria da juventude. Adoro esse tipo de divulgação também, me realizo.

apresentação para crianças 

O preço do livro, já com frete para todo o Brasil é R$ 29,70 - pedidos pelo email: mcquideroli@gmail.com e pagamento através de depósito bancário. Ainda preciso vender bastante e isso não é um trabalho fácil, uma vez que, além disso preciso dar conta da minha casa, dos meus próprios animais, dos que pego para dar lar temporário, fazer o blog, capturar gatos, e trabalhar, porque Mega Sena na minha vida, nem da Caixa Econômica Federal, nem de pelo escuro e olhos verdes. 



Por isso, quem ainda não leu, pode encomendar um. Quem já leu e gostou, pode comprar outros para dar de presente e me ajudar com meu projeto. Eu comemoro cada venda individual, porque sei que é de cada um que se faz o todo.

Assim também com as capturas. Esta semana li que em algum lugar no mundo, acho que era Austrália, o projeto de C.E.D. estava comemorando as 25.000 capturas e castrações. Eu não consigo nem colocar o gato danado número 10 dentro da minha gaiola, então estou meio chateada. Faz tempo que não capturo ninguém por diversos motivos: chuva, falta de tempo do veterinário, falta de tempo minha. Estou com saudades do barulhinho de metal caindo. Amanhã volto lá para tentar os gatos da colônia da frente, de onde veio a gata siamesa que capturei por último. Lá ainda faltam dois, além do Mega Sena. 

Já prometi ajuda a uma moça que tem 15, outra que tem 20 e uma que tem 4. Mas não quero continuar antes de fechar o que comecei. Com isso fico ansiosa, mesmo sabendo que é assim mesmo, um de cada vez.

Quando eu era criança e visitávamos meu avô que morava em outra cidade, ele sempre chegava à janela do carro quando já tínhamos embarcado no carro e dizia: "devagar e sempre". 

Hora de pôr em prática as sábias palavras do Vô Zé.

:))

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Minhas feras II - IMOBILIÁRIA

Aqui vão os gatos da imobiliária. Ainda falta um de lá, mas ele está muito esperto, já. Eu acreditava que essa fosse a última colônia, mas depois fiquei sabendo que na lanchonete da frente também tem gatos - aproximadamente cinco - o que elevou meu número de dez para quinze (aparentemente) animais a serem capturados, esterilizados e devolvidos.  O primeiro dia lá foi meio tumultuado, conhecemos um outro casal que dá comida para eles e acho que por causa das conversas e do movimento, ninguém caiu na armadilha. Mas durante a semana voltei e consegui.

Gato #5
Filhotinho rajado. O pessoal que dá comida, chama esse carinha de Bocão, porque ele é gulosinho :) Este gatinho tem uma história conhecida de muitos outros animais. Segundo a dona da imobiliária, foi abandonado lá por uma moça, que o colocou, bem novinho ainda no gramado, provavelmente por achar que seria tratado ali com os outros. A dona da imobiliária disse que ficou brava por só ter percebido que tinha habitante novo na colônia algum tempo depois, quando ele já estava arisco. Ela o teria levado para casa e ficado com ele, segundo me disse. Porém, a moça que os alimenta disse que ele é filhote da gatinha cinza e branca. Sei lá, só sei que está castrado agora. Bom, é um machinho de seis meses, cinza rajadinho, que chorou muito na captura, coitado. Ficou bem assustadinho e agora chega perto da gatoeira, cheira e sai correndo. 

Gato #6
Frajola peludinha. Esta gatinha é até que bem mansinha. Estava na minha mira, achei que estivesse prenhe, mas não estava. No dia em que a peguei, precisei me esconder atrás de um carro, porque ficava me olhando da vala que tem perto dos potes de comida. Enquanto fiquei à vista ela não foi comer, mas quando fui para detrás de um carro, não se passaram nem dois minutos e ouvi o maravilhoso barulho da portinha fechando. Ela se comportou bem no veterinário, não avançou, foi bem fofa. Quando a soltei, depois de um tempinho já estava andando em cima do telhado lá. Ela ficou sumida durante um tempo e eu me preocupei. Mas mudei o horário de aparecer por lá e já a tenho visto diariamente. Continua fofa.


Gato #7
Cinza mansinha. Uma outra moça que dá comida para eles a chama de Lourival, porque acha que fosse um gato. Não sei como, porque ela tem uma super carinha de menina.  Esta é fofa também. Ficava se esfregando na grade na hora da comida, mas depois que foi capturada e devolvida, ficou mais arisca, não chega tão perto. Tem aproximadamente três anos. Demorei para consegui-la, mais do que esperava. Também achei que estivesse prenhe, mas não estava. A primeira pessoa que conheci, que também alimenta os gatinhos me disse que ela tem uma cria atrás da outra. Os veterinários disseram que parecia que ela tinha tido bebês há pouco tempo, devido ao tamanho aumentado do útero. Não tinha leite nas tetinhas. Mesmo que tenha sido castrada amamentando não tem problema, pois, como as gatas se afastam dos filhotes após a segunda semana, o hormônio da lactação já está fixado no organismo. De qualquer forma, se os filhotes estiverem por perto e estimularem, o leite sai. Como não há filhotes por lá, não sei se isso procede. Vou ficar de olho. Mas o mais importante é que agora, ela TINHA uma cria atrás da outra :))

Gato #8
Filhote frajola macho - Esse cara é lindo, super arisquinho, mas muito fofo. Esta semana soube que a gatinha mamãe, aquela tricolor difícil, mães das minhas filhotas, teve, não duas, mas CINCO filhotes. Dois machos foram capturados e doados, duas meninas eu peguei e este sobrou lá. Não sei por quê, mas deve haver algum motivo, não é tão fácil pegar esse povo. Então ele é irmão da minha Léa, bichinho do mato que está na minha casa, mas logo vai pra casa de uma amiga e ganhar um irmão gatinho especial. Também é irmão da Lili, do Michel e do Teló.
Tem hoje sete meses e é uma graça. Ontem passei por lá, estavam todos comendo. Me deu uma emoção ver as orelhas cortadinhas, castradinhos queridos. Mas uma hora quero ir com a câmera e tirar uma foto do grupo :)


Gato #9
Siamesa fêmea de olhos lindos
Esta, na verdade é da frente, mas como foi a última que peguei e agora vou dar um tempo nas colônias dali, vou postar aqui. Ela foi direto pra gatoeira no dia que coloquei, mas, como demorou pra fechar, pois eu acho que o potinho tinha escorregado e descido, puxei a corda com minha mão pra ele ficar lá. Deu certo. O fato de a gatoeira ser forrada com tecido preto impede que eles me vejam quando chego por trás. 
Esta gatinha é muito bonita também. Só teve um probleminha na castração dela, pois o veterinário se esqueceu de cortar a orelhinha esquerda para fazer a marcação. Como ela é a única siamesa por lá, acho que não tem muito problema, desde que ela não saia dali.


Como comentei, os que estão faltando (quatro ao todo) estão espertos e não entram na gatoeira. O placar já está em 5 X 0 para o gatinho preto, que eu chamei de Mega Sena. Os gatos da lanchonete são dois fixos e um itinerante, que também sambaram na frente da porta da gatoeira e não entraram, mesmo com a fome que estavam e o sachê de atum lá dentro.  O plano agora é começar a ajudar uma pessoa que tem uma turma com quinze gatos ferais e uma outra, que tem mais ou menos vinte. Ainda tem uma amiga que alimenta quatro. Tem gato que não acaba mais em Blumenau. Vou me distrair com esses, depois de umas duas semanas volto para onde estava até agora, quando já tiverem esquecido da minha existência.  

Estou preparando um material para divulgação, a fim de conseguir mostrar meu trabalho e, eventualmente, conseguir participação financeira para as próximas castrações. Se alguém tiver alguma dica de como fazer para conseguir doações, aceito sugestões. Por enquanto, o projeto é financiado pela venda do meu livro, porém já não vou muito mais longe com o que tenho. Mas ele terá um post especial, em breve.

Muito obrigada.

Um abraço, até a próxima.

Maria Cecília